quinta-feira, 29 de outubro de 2009

E quem disse que sempre haverá razões?
Para todas as minhas ações...
E quem disse que preciso de motivações?
Para formar as minhas próprias conclusões
Pois acabei de perceber
O quanto estou vivo!
A vida acabou de me convencer...
Que tudo é relativo!
Prendendo amadurecer
Sem envelhecer
Pretendo ser feliz
Sem ter que enriquecer
Acabo de perceber
Existes dois para o superlativo
Inferioridade e Superioridade
Formarei minhas idéias
Encontrarei minhas verdades
E escreverei um livro.

Adaptação

O poeta tornou-se um sonâmbulo, por sua vida ter girado a 360° graus, mergulhou em outro mundo como forma de se encontrar, como se as ocasiões por ele vividas o tornara travado, para transformar páginas em branco, sua forma de se expressar e enxergar as coisas, os sentimentos, às pessoas, a si próprio.

Tal situação começara ao intrigar de uma forma, que já não conseguia passar seus dias sem nada refletir, estava parecendo que estava recordando quem ele era, durante boa parte de sua vida até se entregar ao sonambulismo.

Poucos entendiam que tudo não passava de uma defesa contra si próprio, afinal o seu “verdadeiro eu”, sujeito questionador, inquieto, um tipo sonhador sem nenhum dos pés na realidade do chão, pára-quedista (jogava-se de corpo e alma em meio de tudo que o interessara), homem sem limitações, o seu pensar não havia fronteiras, bastava sonhar, e se algo intrigava, ele escrevia, tornando-se um poeta, que vivia, descrevendo sua vida em poesia.

As decepções da vida o transformaram em um sujeito ameno, sem grandes sonhos, sem pensar em grandes conquistas, como o defini, tornou-se um “sonâmbulo” , um sujeito comum, se acomodara, escondeu suas virtudes, trancou-se em um quarto, e quando saia seria apenas para cumprir com as obrigações diárias, comparando-se ao um animal selvagem, sendo obrigado a viver em um viveiro, pois a selva se tornara perigosa, causando-lhe risco. Mal sabia este que o bom da vida é o risco, a ousadia do ser humano, sua inquietude...

Com o passar do tempo, como dito antes, a tristeza e a melancolia, começaram a lhe golpear, o sentimento de falta, a carência de algo, começou a sentir a ausência daquele sujeito que deixara de lado, para viver como um sujeito normal e ter uma “vida comum”, mais percebera que esta vida poderia significar menos risco, mas com certeza significava uma vida triste e miserável.

Até que um dia, despertou cedo com seu rádio relógio tocando uma música do Nando Reis. A música dizia:

Eu não caibo mais nas roupas que eu cabiaEu não encho mais a casa de alegriaOs anos se passaram enquanto eu dormiaE quem eu queria bem me esquecia
Será que eu falei o que ninguém ouvia?Será que eu escutei o que ninguém dizia?Eu não vou me adaptar, me adaptar
Eu não tenho mais a cara que eu tinhaNo espelho essa cara já não é minhaÉ que quando eu me toquei achei tão estranhoA minha barba estava deste tamanho
Será que eu falei o que ninguém ouvia?Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Como se um balde água fria fosse jogado diante sua face e o acordasse para que o fizesse reacender alguma luz em seu modo de viver, passou a refletir que não havia motivo,nem razão, para se adaptar, não havia vida, nem se quer significado para assim anular, acabaram as lamentações, estaria mais que na hora de acordar.

A vida poderia ser reescritas por ele em palavras passariam a rimar, do jeito que estava ele nunca iria se adaptar...